IMPACTOS DO MICROCRÉDITO PARA O EMPREENDEDOR
A contribuição do microcrédito para o desenvolvimento do seu negócio.
ICC SERRA Blog5103 views
Conseguir crédito no Brasil não é uma tarefa fácil. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (2001), a relação entre crédito e PIB brasileiro está em torno de 28%, enquanto que no Reino Unido, por exemplo, essa relação chega a 220%. A escassez do crédito no Brasil acaba refletindo nas altas taxas de juros cobradas pelas instituições creditícias, que além de praticarem juros muito maiores do que outros países, acabam por exigir garantias para os empréstimos realizados. Assim, acabamos vivenciando a situação de que “só tem crédito no Brasil quem efetivamente não precisa”. Essa pode ser uma das razões apontadas para a enorme taxa de mortalidade da pequena empresa no Brasil, cerca de 56% nos primeiros três anos de atividade, muito embora acredita-se que esse índice seja bem superior, dado o alto número de empresas que não oficializam o encerramento de suas atividades em função da burocracia exigida.
De fato, uma boa parcela dos empresários, ao precisar urgentemente de capital de giro, na maioria das vezes é obrigada a apelar para empréstimos bancários tais como cheque especial ou cartão de crédito, que chegam a cobrar juros superiores a 10% ao mês. Isso faz com que a competitividade de seus produtos acabe desaparecendo, sem condições de concorrer com produtos importados ou de grandes empresas que obtêm altas economias de escala. Se isso é verdadeiro para as empresas de modo geral, a situação ainda é mais crítica quando se examina a situação dos empresários de micro - negócios que não conseguem acesso ao sistema bancário tradicional, restando como única opção recorrer a agiotas e pagando juros ainda mais altos do que aqueles cobrados pelos bancos. Rocha (2001) aponta que a exclusão social presente no sistema financeiro é notória no Brasil, onde cerca de 75% da população não possui acesso ao sistema bancário, porcentagem esta que se eleva para 85% quando se adicionam os que somente possuem acesso a contas de poupança, sem direito a cheque. Para Canuto (2001), a ausência de garantias patrimoniais, as dificuldades de seleção e monitoramento das operações e as escalas mínimas de transação da instituição financeira típica impedem a inserção de uma gama de atividades de pequena escala - que nem por isso deixam de ser agregadoras de valor e de constituir-se em oportunidades para pequenos investimentos - no sistema econômico de um país.
É sempre bom lembrar que as micro e pequenas empresas são responsáveis por mais de 60% dos empregos do país. Nesse contexto, as instituições de microcrédito - ou seja, organizações que emprestam pequenas quantias de dinheiro a empresários de micro-negócios, com um mínimo de burocracia e por canais de distribuição não convencionais (CAVALCANTE, 2002) - desempenham um papel de extrema importância, pois conseguem garantir a sobrevivência e até mesmo a expansão desses negócios, na maioria das vezes a única fonte de renda dos núcleos familiares que os detêm. O exemplo clássico é o Grameen Bank, que iniciou suas atividades em 1976 como um programa de pesquisa liderado pelo Prof. Muhamad Yunus, sendo anos depois reconhecido como uma instituição bancária com mais de 2 milhões de clientes, 2,4 bilhões de dólares emprestados e 1100 agências espalhadas por Bangladesh (ALVES, 2001 e BANCRI, 2003). Segundo Yunus (2000), por intermédio do microcrédito, possibilita-se o desenvolvimento econômico e social com a mudança do status econômico da população que vive à margem da sociedade.
Iniciativas de microcrédito no Brasil
Conforme relata Alves (2001), a primeira iniciativa de microcrédito na América Latina foi realizada pelo Projeto Uno, na década de 70, que mais tarde viria se transformar no CEAPE/Pernambuco. Apesar desse pioneirismo, o microcrédito acabou se fortalecendo em outros países da América Latina, cujo exemplo mais marcante é o Banco Sol, na Bolívia. No Brasil, microcrédito apresentou uma expansão mais significativa nos anos 90, tendo sido registrado, em 2000, cerca de 100 instituições que operavam com microfinança. Uma descrição detalhada da evolução do microcrédito no Brasil pode ser encontrada em Cavalcante (2002). Em linhas gerais, os programas brasileiros são conduzidos por Organizações Não-Governamentais, que concedem empréstimos de curto prazo para empreendedores urbanos com determinada experiência no ramo (pelo menos 6 meses) e valores iniciais pequenos, ascendentes a cada renovação.
Em linhas gerais, o microcrédito que os microempresários recebem teve um impacto positivo no negócio, os empreendedores formais e informais afirmaram ter havido um incremento nas vendas após o recebimento do microcrédito. Grande parte do crédito recebido é destinada ao financiamento do capital de giro da empresa.
Para finalizar, é sempre bom lembrar a contribuição da pequena empresa nos níveis de empregabilidade de um país e, dada a escassez de crédito existente no Brasil, propiciar mecanismos de fomento ao crédito voltado ao pequeno empreendedor é uma condição necessária se quisermos efetivamente garantir a estabilidade do Brasil no campo social.
Neste eBook, você vai conhecer o que é e como surgiu o microcrédito, saber quem pode participar dessa linha de financiamento, os tipos existentes e ainda encontrar dicas para que o seu negócio comece da maneira certa e evolua. Independentemente da situação econômica vivida pelo País, é importante que cada brasileiro faça algo que goste e que possa ajudar o Brasil a fazer a roda da economia girar.
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